quinta-feira, 24 de setembro de 2020

A chave do tamanho

Clique na imagem para assistir o episódio. 

     Baseado na obra homônima A chave do tamanho foi o primeiro episódio de 1981, marcando também a estreia de Daniele Rodrigues e Marcelo Patelli como Narizinho e Pedrinho. Após a saída de Rosana Garcia e Júlio César no ano anterior, sete mil crianças se candidataram para o papel, mil e cem fizeram os pré-testes, quatrocentas foram selecionadas para o teste com câmera, dezoito meninas e oito menino se tornaram finalistas, por fim, Daniele e Marcelo foram os sortudos ganhadores.

    Entre as crianças finalistas estavam Gabriela Storace Alves e Paulo Vignolo, Gabriela já havia participado do Sítio como o Anjinho da asa quebrada em 1977 e 1978. Mesmo não sendo selecionados para os papais ambos foram convidados para atuar no episódio como Juquinha e Candoca.


    Na história preocupada com Dona Benta que entristeceu com as notícias dos bombardeios, Emília vai à casa das chaves para desativar a chave da guerra, mas ela erra, e desativa a chave do tamanho, encolhendo todos da Terra, exceto Visconde e Rabicó, causando transtornos no mundo inteiro. O primeiro capítulo foi exibido em 30 de Março de 1981 ficando no ar até 24 de Abril. No mesmo ano a primeira temporada passou a ser exibida em Portugal.

    Em entrevista nos inicio das gravações Marcelo confessou que "no primeiro dia tremi de medo, mas como foi bom ! Não fiquei cansado, não pensei em nada".

    Elenco convidado: Gabriela Storace Alves e Paulo Vignolo.

    Fontes: Fantástico 1981, Vídeo Show, espaconarizinho.blogspot.com, Memória Globo.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

O Sítio e a TV: A produção


    No dia 18 de Setembro de 1950,  o jornalista Assis Chateaubriand inaugurava a TV Tupi em São Paulo. A primeira emissora de televisão do Brasil fazia parte dos diários associados, um aglomerado de rádios e jornais, e posteriormente com o surgimento de outros canais formou uma das primeiras redes nacionais. Desde cedo este veiculo se preocupou em garantir produtos de qualidade para todos os públicos, em especial para as crianças. Se hoje a TV aberta trata o publico infantil com certo descaso, lá no seu inicio ela produziu programas perpetuados até hoje, principalmente aqueles escritos por Júlio Gouveia e Tatiana Belinky.

    Magalhães Jr, do canal guia dos curiosos, conta como Júlio Gouveia e Tatiana Belinky começaram a trabalhar na TV: "Ele (Júlio Gouveia) era médico psiquiatra, gostava de artes mas nunca tinha pensado em trabalhar em televisão, ele gostava de trabalhar em teatro. E a sua mulher, Tatiana Belinky, era russa, tradutora e interprete de russo, inglês e francês. Esse casal tinham uma preocupação com a cultura infantil, e pelos contatos que eles tinham foram convidados pela secretaria municipal de cultura de SP a desenvolver um grupo teatral que pudesse levar o teatro para crianças por toda cidade [...] Surgiu o teatro escola de são Paulo. Eles fizeram isso no final dos anos quarenta, em 1950 a TV é inaugurada e eles recebem o convite para apresentar uma peça na Tupi. Eles montam tudo com amadores e o resultado é tão bom que uma vez por semana eles apresentem uma peça diferente. Isso vai acontecendo até o momento em que, como eles tinham conhecido Monteiro Lobato, resolvem fazer uma homenagem pegando um trecho de suas obras, chamada a pílula falante, e transformam aquilo numa peça fazendo um grande sucesso. Existiu ali um embrião que mexeu tanto com o casal como com os donos da emissora, que foram convidados a fazer semanalmente um trabalho ligado ao Monteiro Lobato com o elenco da TESP."


    O ator Paulo Basco, que interpretou o Dr. Caramujo, esteve presente nesse início ainda no fim dos anos quarenta. Em entrevista em Junho de 1980 ele relembrou esta fase do TESP:  "Fiquei conhecendo o Júlio no SESC mesmo para organizar o teatro infantil do SESC e começamos com teatros de bairros com peças infantis e ele recebia muito material da UNESCO. Fazíamos principalmente fabulas animadas, historias de bichos, historias de Esopo, LaFontaine, e havia aquela correria para preparar as fantasias. Logo depois surgia a televisão, começamos com o Sitio do picapau amarelo (...) e também as fábulas animadas e no teatro da juventude aos domingos."

 

Propagandas do Sítio com diferentes particionadores.

   O Sítio de Monteiro Lobato, que já havia sido pioneiro na literatura e no cinema, começava a escrever sua história na TV. Com poucos recursos técnicos, os dois autores precisaram usar muita criatividade para que a obra fosse fielmente adaptada, de forma que poucas aventuras deixaram de ser exibidas, como no caso do Poço do Visconde. Ainda assim o  sucesso foi tanto que o programa ficou mais de dez anos no ar ganhando ainda uma versão paralela na TV Tupi do Rio de Janeiro. Segundo os sites Wikipédia e Infantv, o Sítio da Tupi de SP estreou no dia 3 de Junho de 1952 permanecendo na emissora até 6 de Março de 1963 sendo exibido às 19:30.


  Tatiana de início recusava-se a escrever, Júlio entretanto pediu para que ela encerra-se uma historia e dai por diante ela passou a escrever, talvez tenha sido essa a inspiração que a levou a começar a escrever seus próprios livros a partir de 1985.

    Cada episódio iniciava com o tema da música “Dobrado”, composto por Salathiel Coelho, com as imagens de Júlio Gouveia abrindo um livro para contar uma história. Ao final, o episódio terminava com Júlio fechando o livro. As cenas ocorriam majoritariamente em um único cenário fixo, a varanda do sítio. As cenas em locais diferentes, como na mata ou na cozinha, eram montadas em dias específicos e os personagens se deslocavam para lá bruscamente. As histórias não tinham interrupção para o intervalo comercial e, por isso, durante os diálogos ou cenas com os atores fixos, eram introduzidas divulgações de produtos.


  Segundo Paulo Basco, havia a necessidade de improvisação, retenção mais rápida do texto. Haviam dois ensaios e um ensaio de câmera sendo o Sítio exibido em torno de 15 minutos e o teatro da juventude em 45. Paulo relembra que havia um assistente de com os textos para ler durante as cenas, mas os refletores impediam e muitas vezes e se fazia necessário cobrir a luz com o corpo, fazia-se uma passagem de cena para recolher o texto e retornar. 

    Em entrevista para o Museu da Imagem e do Som em Maio de 1980 a atriz Edi Cerry, que interpretou Narizinho, comentou sobre o pioneirismo de Júlio e Tatiana: "Hoje em dia qualquer ator é capaz de dizer que foi o primeiro a fazer novela em TV brasileira, mas na realidade o Júlio Gouveia foi o primeiro a fazer novela, porque o sitio era uma vez por semana mas era em capítulo". Na mesma entrevista  Edy relembra como se tornou Narizinho: "Eu comecei em 1952, final de 1951 e comecinho de 1952, comecei fazendo o Sítio do picapau amarelo. Foi engraçado porque naquela época eu gostava demais de TV, assistia demais o Sitio do picapau amarelo, na minha época era uma outra pessoa que fazia a Narizinho então procurei Júlio Gouveia, fui no Teatro Escola de São Paulo conversei com ele e ele me perguntou o que eu gostaria da fazer , eu falei que gostaria de ser atriz, ele perguntou quem eu queria fazer e eu falei o Narizinho. Ele deu uma risadinha e depois de uns tempos a menina que fazia a Narizinho já estava ficando mocinha e ele me telefonou para fazer a narizinho. Eu fiz o sitio durante 15 anos e depois foi difícil fazer outro programa porque todo mundo só me via como Narizinho, mas eu queria provar a eles que eu podia fazer outro tipo de coisa.

    Infelizmente tornou-se difícil listar os atores que trabalharam no Sítio pois os sites divergem em relação aos nomes, entretanto os nomes apresentados abaixo são encontrados em pelo menos duas fontes diferentes:

Emília: Lúcia Lambertini, Dulce Margarida.

Pedrinho: Sérgio Rosemberg, Julinho Simões, David José, Nagib Anderáos Neto e André José Adler (RJ) 

Narizinho: Lídia Rosemberg, Edi Cerri e Leny Vieira (RJ)

Visconde: Rúbens Molino, Luciano Maurício, Hernê Lebon, Elísio de Alburquerque (RJ)

D. Benta: Wanda Hammel, Suzy Arruda, Leonor Pacheco, Iná Malaguti (RJ)

Tia Nastácia: Benedita Rodrigues e Zine Pereira (RJ)

Rabicó: Ricardo Gouveia e Fininho (RJ)

Dr. Caramujo: Paulo Basco

    Domingo (20/09) a continuação desse especial onde vão ser relembrados os produtos lançados, o impacto do programa na audiência e os efeitos especiais. Mas isso é uma outra história que fica para um outro dia !


Fonte: Jornal das moças Fev.54; TATIANA BELINKY: a história de uma contadora de histórias; Infantv; teledramaturgia.com; wikipedia.com; MIS SP.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Pinóquio


    
Pinóquio foi escrito por Wilson Rocha com direção de Fábio Sabag e teve 10 capítulos indo ao ar no dia 12 de Julho de 1982 após um mês de intervalo de exibição do programa devido a copa do mundo. Na história o famoso boneco de madeira aparece no Sítio pelas mãos de Hermeto, grande amigo de Dona Benta e grande marionetista, que resolve montar um espetáculo de fantoches no arraial de tucanos mas acaba deixando o boneco na arca do Sítio. 

    Em entrevista Geraldo Casé, diretor geral do Sítio, afirmou que essa era uma adaptação mais regional da história e que história teria duas narrativas: A do conto, com as aventuras do boneco, e a do teatro de fantoches. "Além do enorme elenco, gravamos em diversas locações, reformamos toda a cidade cenográfica de Guaratiba e ainda tivemos 43 cenários de estúdio" afirmava o diretor na época do lançamento da história. 

    Elenco convidado: Paulo Vignolo (Pinóquio), Cláudio Corrêa e Castro (Gepeto e Hermeto) e Grande Otelo (Professor), além disso atores fixos do programa assumiram outros papeis como André Vali (Visconde) se tornou o grilo falante, Tonico Pereira (Zé Carneiro) a Raposa, Canarinho (Garnizé) o gato e Samuel Santos (Tio Barnabé) o juiz.


    Fontes: Folha de São Paulo, Julho de 1982; Memória Globo.

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Aladim

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     Aladim foi um episódio com texto de Mário Teixeira inspirado no conto tradicional das mil e uma noites. Nele Dona Benta resolve contar uma nova história para as crianças e elas prontamente escolhem a de Aladim e a Lâmpada Maravilhosa. Só que quando Dona Benta abre o livro, encontra as páginas completamente em branco. Pouco tempo depois, Emília, Pedrinho e Narizinho vão à venda do Elias e lá encontram o próprio Aladim. Enquanto isso, no distante Marrocos, um malvado feiticeiro descobre a localização da porta que dá acesso a muitas jóias, riquezas e à lâmpada maravilhosa. Por incrível que pareça, esse local fica na Caverna da Cuca. A Princesa Harmina também aparece no Arraial, escondendo sua verdadeira personalidade

    Segundo o Site Imprensa Globo , o episódio foi exibido a partir do dia 02 de Agosto de 2004, algumas páginas divulgam que a exibição se deu entre 13 de julho de 2004 e 18 de agosto de 2004 porém a data não bate com as chamadas do episódio que dizem que ele teve inicio numa segunda. Ainda segundo o Imprensa Globo, a história deveria ter apenas 20 capítulos como as anteriores, contudo, ela se encerrou com 27 capítulos. A partir de então as próximas aventuras tiveram um numero médio de capítulos bem maior.

    Elenco convidado: Carol Nassif (Princesa Harmina), Bruno Mazzeo (Aladim) e Ernani Moraes (Gênio).

Fontes: Wikipedia; Imprensa Globo.

Bastidores


 

sábado, 5 de setembro de 2020

Peninha, o menino invisível

    
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Peninha, o menino invisível foi o quarto episódio da primeira temporada do Sítio do picapau amarelo após a transformação da novela em série. Na história, Pedrinho conhece Peninha, um menino invisível, que mostra a ele e os outros o país das fábulas, onde conhecem La Fontaine. Lá também conhecem o Burro Falante, que vem junto pra morar no sítio tornando-se um personagem fixo. 

Imagem: Blog revistaamiga-novelas


    
Segundo o site Wikipédia, o episódio foi exibido originalmente entre 10 de outubro de 1977 a 4 de novembro de 1977, num total de 19 capítulos, porém a revista Amiga publicou no dia 5 de Outubro que a previsão era que "Peninha" fosse exibido no dia 11/10/1977. Arthur Oscar Junior, que já havia interpretado o Pequeno Polegar no episódio piloto, foi convidado para dar vida ao personagem título da aventura, além dele Geraldo Casé convidou o ator Dionísio Azevedo e o o diretor de núcleo Walter Avancini para interpretarem respectivamente La Fontaine e Esopo. Sobre sua participação na época Avancini comentou que considerava "um prazer uma participação eventual no Sítio do picapau amarelo, até mesmo porque não atrapalha em nada minhas atividades normais." 

    Este episódio tem um importante marco para as próximas narrativas que é o surgimento da palavra mágica. Nos livros Peninha apresenta às crianças o pó de pirimpimpim, porém nos anos 70 o uso de drogas começava a se difundir de forma mais intensa, e para evitar qualquer tipo de associação a equipe do programa transformou o pó em uma palavra mágica. 

    Maria Helena Silveira, pedagoga envolvida no projeto comentou a respeito do assunto no documentário As visões da Emília da TVE: "A mágica em outras histórias era abre-te-sésamo nos quarenta ladrões, o abracadabra, e nós optamos também por uma palavra, e se eles não tivesse tempo suficiente de dize-la toda também a solução procurada pudesse dar errado." 

    Ela ainda completa sobre a questão das drogas: "A gente já vivia naquele momento o problema da entrada das drogas e da venda especifica na porta das escolas [...] Então quando os meninos cheiravam errado acabavam caindo no rabo do cometa invés de cair na lua, essas coisas que tem naquelas aventuras escritas. Nós tivemos muito trabalho, muita elaboração, muito cuidado, porque a gente sabia que no real da situação a gente tinha isso oferecido para as crianças. Se a fantasia for depender de uma coisa concreta, pobre dos homens que perderam um pedaço de si mesmo!" 

    Elenco convidado: Arthur Oscar Junior (Peninha/Pequeno Polegar), Dionísio Azevedo (La Fontaine), Walter Avancini (Esopo), Eloí Machado (Lobo), Glória Campos (Ovelha) e Heloísa Raso (Laura, a menina do leite).

    Reportagens:

Imagem: Blog revistaamiga-novelas




    FontesWikipedia; Memória Globo; Amiga n. 385; revistaamiga-novelas.blogspot.com; tudoissoetv.blogspot.com/.

A Reinação de Lobato

  
    Com muito prazer trago de volta o blog A Reinação de Lobato. Fundado em 2010, "A reinação" se manteve durante um período afastado do blogspot, porém ainda ativa através do YouTube da da página no Instagram (ambas disponíveis na barra lateral da página). Infelizmente, não foi possível resgatar o antigo endereço, porém, é com o coração repleto de alegria que dou inicio a esse recomeço.
    Inicialmente quero agradecer a todos que ajudaram direta e indiretamente na construção do meu acervo. Esse está longe de ser o maior portal sobre o Sítio do Picapau Amarelo, entretanto, fico feliz em compartilhar o pouco que conseguir adquirir com o passar dos anos.
    Tendo dito isso, segue a futura programação do Blog:

- Episódios: Periodicamente vocês vão poder acompanhar publicações com sinopses e informações diversas sobre todos os episódios do Sitio de ambas as versões da Globo, alguns deles com links para assistir a história completa ou trechos. Todas as publicações serão catalogadas nas páginas ao lado de acordo com a versão e o ano.

-Túnel do tempo: Braseado no clássico quadro do extinto programa Vídeo Show, mensalmente vão ser relembrados marcos na história do Sítio.

-Especial O Sítio e a TV: A história do Sítio de Monteiro Lobato se confunde com a história da TV no Brasil, por isso, em comemoração aos setenta anos de inauguração e trinta da extinção da TV Tupi serão postados três especiais sobre a história do Sítio nesta emissora.

Turma do Sítio: Cuca n°8

 Para ler a revista completa clique aqui.